Lembranças do que fui, lembranças do que queria ser...

Remexendo gavetas reví velhos cadernos... Da letra bem desenhada restaram palavras mal rabiscadas, meramente compreensíveis...
Nos antigos versos, me ví criança, me ví menina... Os amores impossíveis e pitorescos relatos do cotidiano.
Lembrei de como eu era, de como fui e como queria ser...
Velhas fotos, velhas lembranças que estavam adormecidas na memória... bons tempos...
Reviví sentimentos, repassei fatos...
Da infância conservo o mesmo sorriso, a mesma espontaniedade... mesma alegria...
Os sonhos mudaram, os planos mudaram, a vida mudou. Sempre muda, o tempo todo, assim como nós mesmos, em mutação constante...
Mudamos, nos adaptamos, crescemos, aprendemos, erramos... O que é a vida senão um grande aprendizado?
Mundos novos, vida nova, novas histórias, novas pessoas, novos amores...
E todos aqueles planos que tinha quando adolescente?
E todas aquelas vontades que me sufocavam a garganta numa ânsia frenética de serem postas em prática?
Talvez também tenham mudado, como eu mesma mudei... permanece a busca pela felicidade e o bem estar das pessoas que amo.
O que queria, quero e sempre buscarei é ser feliz completamente e não por parte, como das outras vezes...
Quero mais momentos felizes que os tristes, quero sorrir mais do que chorar...
Quero amar, quero crescer, quero viver...
Quero ser eu mesma e me reencontrar, plena e essencialmente eu mesma, em todas as fases, em todas as fotos, em todos os rastros, em todos os fatos...
Quero ser completa, metade com metade...
Não quero ser só saudade
Do que fui e do que poderia ser...